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Comerciante é preso pela polícia civil de Picos pela comercialização de munições de uso restrito

Segundo o delegado Tales Gomes, o comerciante tinha consciência da venda ilegal destas munições. Todo o material foi apreendido pela polícia para que seja periciado.

No início desta tarde, a Polícia Civil efetuou a prisão de José da Silva Filho, de 60 anos. Segundo o comerciante, há 5 anos ele trabalhava com a venda de munições em seu comércio, “Mundo dos Consertos”, localizado ao lado da Igreja Matriz. Lá a polícia encontrou, entre as munições de uso permitido, três tipos de balas de grosso calibre, utilizadas pela polícia, Forças Armadas e Polícia Federal, sendo portanto, munições de uso restrito. A polícia chegou até o comércio de José da Silva Filho através de denúncias anônimas.
Imagem: ReproduçãoComércio onde as balas foram apreendidas.(Imagem:Reprodução)Comércio onde as balas foram apreendidas.

Segundo o delegado Tales Gomes, o comerciante tinha consciência da venda ilegal destas munições. Todo o material foi apreendido pela polícia para que seja periciado. Tales informou que o comerciante possui autorização do Exército para vender munição, mas a permissão é apenas para munições de uso permitido: “Se ele possui autorização para vender mil munições de calibre 38 e ele tem em seu estoque mil e quinhentas, estas quinhentas estão ilegais”.

O artigo 17 da lei 10.826/06, o chamado Estatuto do Desarmamento, diz que para este tipo de crime a pena é de 4 a 8 anos, não cabendo pagamento de fiança. Tales informa que o comerciante vendia as balas sem pedir nenhum tipo de documentação aos clientes.
Imagem: ReproduçãoBalas que foram apreendidas.(Imagem:Reprodução)Balas que foram apreendidas.

Segundo o comerciante, ele tinha conhecimento do fato e mesmo assim vendia as munições. O comerciante informou ainda que era avisado quando o Exército ia realizar as vistorias. Foram encontradas 28 munições 45mm; 46 munições de 9mm e 45 munições de 40mm. Todas são de uso restrito da polícia, Polícia Federal e Forças Armadas.

O que chama a atenção do delegado é que as balas encontradas em poder do comerciante são semelhantes às que foram usadas na morte do empresário Epaminondas Feitosa: “É muito provável que essa munição usada no crime tenha sido adquirida lá. Além do calibre, o estado de conservação das munições são semelhantes. Todo mundo tinha conhecimento desse comércio”, disse.

Toda munição possui numeração indicando o lote, se o lote das munições apreendidas forem o mesmo das cápsulas que foram ejetadas no crime que culminou na morte do Epaminondas, a polícia terá uma prova de que a munição saiu da loja já citada. “Em termos de imputar ao comerciante alguma punição em relação ao homicídio fica complicado, a menos que a polícia consiga provar que o comerciante sabia que essa munição seria usada na morte do empresário ou que se prove que ele tinha interesse nesta morte, mas dificilmente nós poderemos comprovar isso porque ele vende munição indiscriminadamente e não pede documentação”, disse Tales.

De acordo com o delegado, o comerciante tinha autorização para vender munições de calibre como 38 e 32. “Ele nos apresentou a autorização expedida pelo Exército, mas nela só há autorização para venda de munições de calibre permitido”, afirmou Tales.

A polícia fará um levantamento das munições de calibre permitido para saber se a quantidade estocada era a permitida e as de uso restrito serão encaminhadas para a Perícia Criminal. Após a perícia emitir o laudo, as munições serão devolvidas à polícia que as encaminhará para o Fórum.
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Willame Moraes

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