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Deputado Fábio Novo rebate críticas de Francisco Ramos ao programa Mais Médicos

O deputado acrescentou que não é verdade que não exista recursos para construir unidades de saúde. Fábio citou Teresina, que está construindo 30 dessas unidades.

O deputado estadual Fábio Novo (PT) pretendia falar sobre a inauguração da Caixa Econômica Federal na cidade de Uruçui, na sexta-feira (11), mas acabou rebatendo o discurso do deputado Francisco Ramos (PSB), questionando a situação da saúde e a chegada de médicos de outros países para atuar em hospitais públicos nos municípios.

“A presidente Dilma está abrindo 11 mil vagas de residência médica no Brasil... São depoimentos como das pessoas de Esperantina e Morro Cabeça no Tempo, duas cidades atendidas por médicos cubanos. A prefeitura de Esperantina ofereceu casa com empregada, mas os médicos cubanos preferem fazer as tarefas de casa... vejam só a humildade. Estão politizando o discurso. Mais de 80% da população quer o Mais Médicos, segundo o Instituto Amostragem... Foi no governo Wilson Martins que se implantou a maior carreira médica. Tem médicos do Estado se aposentando com salário de R$ 25 mil. A verdade precisa ser dita: tem muitos profissionais que não querem ir par ao interior. 90% dos médicos estão no entorno da capital”, afirmou.

O deputado acrescentou que não é verdade que não exista recursos para construir unidades de saúde. Fábio citou Teresina, que está construindo 30 dessas unidades. “Dilma teve coragem de enfrentar uma categoria forte, não por querer ir para o confronto, mas para levar saúde para a população. O programa foi lançado, se há falhas, vamos corrigi-las. A Dilma em nenhum momento está se redimindo de discutir com os médicos. Ela inclusive acatou o que foi proposto pelo Conselho Federal de Medicina, que discutiu com o governo o programa antes do Mais Médicos ser aprovado”.

Citando o Hospital Universitário, Fábio Novo lembrou que o HU foi construído e permaneceu fechado por conta da mesquinhez política, que impediu a direção de contratar pessoal para trabalhar. “O PSDB derrubou a criação da empresa que administraria os hospitais universitários. Dois anos se passaram e o HU fechado. Dilma assumiu e novamente colocou a criação da empresa gestora. O concurso foi realizado e os servidores estão sendo chamados aos poucos, porque essas nomeações precisam de tempo para treinamento”.

O orador também elogiou a Força Estadual do SUS, criada pelo Governo do Estado e que vem atuando em vários centros, atendendo às demandas reprimidas em alta e média complexidade nos municípios. “Os prefeitos colocam as suas necessidades e a Força Estadual do Sus atende... De Floriano para baixo nós só temos um oftalmologista, que é o Dr. Raimundo Santana, que é chamado de doido por outros profissionais por permanecer no município. Médicos que passaram no concurso para atender em Bom Jesus já estão pedindo transferência para a capital. Dilma não pensou em A ou B, mas na população de Morro Cabeça no Tempo.

“Quero destacar a importância da Força Estadual do SUS, uma ideia fantástica, que precisa ser elogiada. Médico hoje ganha mais que deputado e deve ganhar mais mesmo, como deveria ganhar mais os professores”, defendeu.

Francisco Ramos (PSB) pediu a palavra para negar que tenha falado mal da presidente Dilma, mas da evolução do Programa Saúde da Família, da dificuldade de se ter médicos sanitaristas no país por conta dos baixos salários.

“O grande problema de saúde pública no Brasil é justamente a falta de atendimento nos grandes centros por falta de profissionais. São 20 mil médicos formados por ano, mas não há vagas para a residência médica”, lamentou.

A deputada Nize Rego (PSB) disse que dois médicos cubanos estão atendendo em Barras e que ela conversou com eles sobre o programa Mais Médicos.

“Lá existe a medicina preventiva... Aqui, a dificuldade é porque a Medicina é especializada, a medicina preventiva é mais difícil, porque ela muda hábitos... Temos que elogiar quando for para elogiar. Não adianta dizer que está tudo bem. O Mais Médicos poderia ser uma saída emergencial já no governo Lula. É necessário um planejamento, não medidas paliativas, que não vão resolver. Não podemos dizer que está bom, porque não está”, avaliou.

Fábio Novo encerrou o discurso afirmando que a maioria dos médicos tem o Programa Saúde da Família como “bico”. “Eles terminam não dando o expediente que deveriam nos municípios. Em Bom Jesus a prefeitura paga R$ 2 mil por plantão e não encontra interessados”.
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