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Prefeito de Boa Hora lamenta situação dos municípios: "Sou um homem frustrado e vivo um inferno"

O presidente da APPM, Arinaldo Leal, que comandou a reunião, disse que os prefeitos piauienses vão se mobilizar para conseguir alguma ajuda do governo federal.

As prefeituras do Piauí começam a atrasar os salários dos servidores por conta da crise financeira que atravessam os municípios em consequência da queda de recursos federais, as dívidas e a estiagem. O lamento da situação foi mostrado, ontem, na Associação Piauiense de Municípios (APPM), por 40 prefeitos diante da imprensa.

Os prefeitos pedem socorro. “O dinheiro do Fundeb não cobre nem a folha de pagamento”, disse o prefeito de Coronel José Dias, Manuel Oliveira. “Hoje temos uma folha de R$ 205 mil, mas o Fundo só repassa de R$ 170 a 180 mil. O restante nós temos que cobrir”, reclama.

Outros gestores mostram situações muito graves ao ponto de um chegar a demitir comissionados e baixar o próprio salário e o do vice para economizar.

O prefeito de Amarante, Luiz Neto, disse que mesmo com reduções no salário dele, do vice e dos secretários, não resolveu o problema. “A arrecadação vem caindo e a situação é delicada”, disse.

Já o prefeito de Santo Inácio do Piauí, Paulo Aparecido de Carvalho, afirmou que deveria receber R$ 50 mil do Fundeb, mas está recebendo apenas R$ 30 mil. “O restante tem de ser complementado”.

O prefeito de Cocal, Rubens Vieira, ressaltou que, além do problema da queda de recursos, que afeta diretamente a educação e saúde, os municípios estão sofrendo com a estiagem. “São três anos de seca constante”.

O prefeito de Boa Hora, José Resende foi mais além e cogitou até renunciar. “Só não fiz isso porque entendi que era um ato de covardia. Sou um homem frustrado e vivo em um inferno na minha vida. Receber uma cobrança e não ter como pagar. A energia chega a faltar 71 vezes em um dia. Os deputados precisam fazer mais”, disse.

O presidente da APPM, Arinaldo Leal, que comandou a reunião, disse que os prefeitos piauienses vão se mobilizar para conseguir alguma ajuda do governo federal. “A nossa ideia é começar levando para a Confederação Nacional dos Municípios três pontos de discussão: a questão da desoneração Previdenciária, os royalties, onde a decisão está parada desde junho por causa da ministra Carmem Lúcia e um aumento de pelo menos 1% no FPM”.

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