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"Não há causa específica, o povo está cobrando apenas mais compromisso"""" diz dep Margarete Coelho

Margarete lamentou a existência de um Congresso que não legisla e que tem suas funções usurpadas pelo Poder Executivo.

As manifestações que pipocaram em todo o país continuam a ser tema de discurso na Assembleia Legislativa hoje (19). Detsa vez foi a deputada Margarete Coelho (PP) a repercutir as manifestações realizadas em várias cidades do país. “Para todos nós que acompanhamos as manifestações é com muita alegria que assistimos o povo brasileiro pacificamente ocupar as ruas da cidade, independente das mais diversos matizes, cada um com suas reivindicações”, afirmou a deputada. A deputada disse acreditar que não há uma causa específica, mas a manifestação espontânea dos brasileiros reivindicando do poder público apenas mais compromisso.
Imagem: Divulgação Margarete Coelho(Imagem:Divulgação)Margarete Coelho

Segundo ela no primeiro momento, a finalidade era econômica em relação à baixa qualidade dos serviços prestados no país, mas depois virou um movimento maior. “O que se percebe é o nível da baixa qualidade dos serviços públicos de saúde, o que mais perdeu qualidade, seguido da educação, da segurança. E o povo se rebela, se revolta, se une para reclamar. E aqueles que reclamam de baderna se enganam. O vandalismo tem sido mínimo, pelo volume de pessoas que há nas ruas. O caroneiros, punguitas, oportunistas tentam pegar carona num movimento que não tem cor partidária... O seu concorrente não é quem é de outro partido, mas o do mesmo partido... Não há ideologia, daí o grande número de pessoas que se dizem apartidária. São 57% das pessoas não tem simpatia por nenhum partido. De quem é a culpa? Se nós ouvirmos os discurso aqui desta tribuna, não vamos saber o conteúdo ideológico”.

Margarete lamentou a existência de um Congresso que não legisla e que tem suas funções usurpadas pelo Poder Executivo. “Nós estamos prometendo pontes, melhorar os hospitais, mas como prometer isso se essas não são atribuições nossas? Há um conflito de competência de poderes. A maior produção legislativa vem do hipertofiado Executivo. E nós estamos pagando uma conta que também é nossa. A crise não é só política, mas dos políticos. O sistema político é esquizofrênico e precisa ser reformulado. Desde 2009, o IBOPE faz o acompanhamento. Das 18 instituições analisadas;os partidos políticos estão em 16º lugar e o Congresso em 15º. Em primeiro vem os Bombeiros, que não são uma instituição política, e em 2º lugar a Igreja”, lembrou a deputada.

Apartes

O deputado João de Deus (PT) disse que há elementos novos, como as redes sociais, onde as informações são rápidas e as mais variadas, embora não haja uma pauta e nem assembleia para deliberar. “Antes havia um foco, um objetivo, coisa que não está existindo neste momento. Vi uma pesquisa do Datafolha, que revela que a grande maioria das pessoas nas manifestações tem até 25 anos de idade, jovens que há dez anos não faziam uma leitura da história política desse país, do que aconteceu nos últimos 50 anos. A democracia ainda é recente no Brasil, precisa amadurecer. Se formos comparar com a França, que vive a democracia há mais de 200 anos...são muitos os fatores, os elementos novos. Mas precisamos fazer uma reflexão sobre a necessidade de uma reforma política urgente. Nosso sistema político está caduco e precisa ser mudado”, defendeu.

Margarete Coelho discordou do deputado em relação à juventude da democracia no Brasil. Lembrou que democracia amadurece com mais democracia. O deputado Tererê (PSDB) disse que os jovens acordaram para participar da democracia, mostrando ao poder público, que a ele cabe gerar as oportunidades, melhorar a educação e saúde”. A deputada Nize Rêgo (PSB) disse que o país na sabe explicar a insatisfação generalizada. “Os movimentos começaram por conta de um transporte de má qualidade, inclusive do metrô. É o dia-a-dia que está sendo alterado, quando se eleva o valor da tarifa... Não é a Copa, mas a falta de investimentos em saúde, educação, segurança, são as denúncias de superfaturamento nessas obras. Precisamos assumir o compromisso com nosso mandato”.

Margarete Coelho concluiu acrescentando que “Este é o momento de pararmos e verificarmos qual é a nossa função nesse momento, por que a história não perdoa omissão".
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