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Ministério Público Federal investiga radares de velocidade em avenida de Teresina

Motoristas não concordam com variações em velocidades na avenida. Denúncia afirma que instalações visam apenas arrecadação de multas.

O Ministério Público Federal investiga a instalação de radares de velocidade na Avenida João XXIII, na Zona Leste de Teresina, sem que supostamente tenham sido respeitadas as normas de trânsito. No local, há uma queixa comum entre os motoristas, pois muitos não concordam com as variações nas velocidades dos equipamentos. "Você vem pensando em uma velocidade, quando chega mais na frente já é outra", reclama um motorista.

Baseado em uma denúncia, o Ministério Público Federal abriu um inquérito para apurar se existe alguma irregularidade com relação aos radares instalados na avenida. De acordo com a denúncia, o Departamento Nacional de Infra Estrutura de Transportes (Dnit) instalou medidores de velocidade ao longo da avenida com erros e desrespeito às normas de trânsito. Ainda segundo o documento, a iniciativa do órgão seria para apenas para a arrecadação de multas.

Somente no trecho entre a Ponte Juscelino Kubitschek e a rotatória da Ladeira do Uruguai, que é de 4 km, existe pelo menos dez radares instalados.

Mas segundo o engenheiro de tráfego e comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Rodoviária do Piauí, Leandro Castelo Branco, o Conselho Nacional de Trânsito não estabelece quantos medidores de trânsito devem ser instalados em um local, nem especifica a velocidade de cada um.

"Não consta essa alteração de velocidade entre um radar e outro em trechos de uma mesma via. Só quem pode determinar isso é um estudo técnico anterior que vai dizer se determinado trecho tem velocidade máxima de 50 km/h e outro pedaço da mesma via pode ter uma velocidade máxima de 60 km/h, por exemplo. Então, por isso, que pode haver essa alteração nas velocidades máximas de uma mesma via", explica Castelo Branco.

Além do Dnit, que fiscaliza a Avenida João XXIII com os medidores de velocidade, desde o final de 2010 a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também passou atuar na área com os radares móveis. Segundo dados da PRF, em apenas um ano de fiscalização, o número de acidentes que era de 346, diminuiu para 307, em 2011. Já o número de mortes teve redução de nove para 10 casos.

Em 2012, a PRF registrou menos acidentes no trecho. Até agora foram 240 casos, com três mortes. "Nosso motorista não tem o hábito de prestar atenção e obedecer às placas de limite máximo de velocidade. Antes de iniciarmos o processo de fiscalização, já havia a implantação de placas que limitavam a velocidade para até 60 Km/h até o balão do São Cristóvão e de 70 Km/h até a Ladeira do Uruguai. No entanto, só as placas não fizeram reduzir os acidentes. Por isso, houve a necessidade de iniciar a fiscalização por radar e aí sim os motoristas começaram a prestar atenção na sinalização", conta o inspetor da PRF, Raimundo Rameiro.

O diretor do Dnit, Sebastião Ribeiro, foi procurado pela reportagem para falar sobre o caso, mas não foi encontrado. A assessoria de comunicação do órgão informou que ele está viajando e só deve falar do assunto quando retornar a Teresina.
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