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Secretário nega exposição de servidores do HUT a radiação

Aderivaldo Andrade, presidente da Fundação Hospitalar, diz que técnicos recebem coletes de proteção.

Servidores do Hospital de Urgência de Teresina Dr. Zenon Rocha (HUT) estão preocupados com o vazamento de radiação que estaria ocorrendo desde o ano passado nos setores de raio X e tomografia.

Durante audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira na Câmara de Teresina, o técnico em radiologia Luciano Cunha denunciou que durante três meses consecutivos de 2012 o vazamento de radiação foi identificado pelo dosímetro, equipamento que indica a exposição ou a dose de radiação absorvida a que um indivíduo foi submetido. "Nos meses de junho, julho e agosto o dosímetro do setor de tomografia acusou o vazamento de radiação. Desde setembro, contuto, a prefeitura deixou de pagar pelo instrumento, que precisa ser renovado todo mês. Somente no final de janeiro é que o dosímetro voltou a ser trazido para o HUT, mas até agora não recebemos os resultados das medições feitas este ano", esclarece Luciano Cunha.

Ele opina que os dois setores (raio X e tomografia) deveriam ser interditados até que um técnico em Física fosse ao local para verificar os riscos a que os funcionários estão submetidos.

A audiência desta segunda-feira na Câmara foi realizada com a finalidade de discutir uma solução para a greve dos servidores municipais. Mas desta vez a pauta foi dominada pelas reivindicações dos trabalhadores da Secretaria de Saúde. Além do reajuste salarial linear, eles exigem melhores condições de trabalho nos hospitais e pagamento retroativo da insalubridade, que estava suspensa.

De acordo com o técnico Luciano Cunha, os funcionários do HUT são submetidos a uma situação caótica, sobretudo em função da falta de materiais. "Um avental precisa ser revezado por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, maqueiros e técnicos em radiologia", indigna-se.

Confrontado com as denúncias feitas pelos servidores do HUT, o secretário de Saúde do Município, Dr. Noé Fortes, comprometeu-se a fazer uma vistoria no hospital ainda nesta terça-feira, com o intuito de identificar os problemas enfrentados na unidade.

Já o presidente da Fundação Hospitalar, Aderivaldo Andrade, refutou as denúncias. Ele ressalta que os técnicos e tecnólogos ficam numa sala de controle, onde não há radiação, e assegura que o uso de coletes de proteção é suficiente para salvaguardar a saúde dos técnicos e tecnólogos.

Os servidores municipais estão em greve desde o dia 18 de fevereiro. Segundo o sindicato que representa a categoria, as maiores adesões ocorrem nas Secretarias de Saúde e de Educação.
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