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OAB-PI pede afastamento do delegado Aldely Fontineli de Bom Jesus

O delegado Aldely falou sobre o caso da prisão do advogado e afirmou que não foi afastado e sim transferido para uma outra delegacia e que a transferência já estava programada.

Na última sexta-feira (22), a Comissão de Prerrogativas da OAB-Piauí entrou com representação disciplinar com pedido de afastamento contra o delegado de Bom Jesus Aldely Fontineli por abuso de autoridade.

De acordo com o presidente da Comissão, Marcos Vinícius Nogueira, o pedido entregue a Delegacia Geral, é devido o delegado ter prendido em flagrante o advogado Marcos Faria Santos Coelho na quinta-feira (21).

  • Foto: DivulgaçãoRepresentação disciplinarRepresentação disciplinar

“Na verdade, o advogado levou seu cliente intimado para prestar um esclarecimento na delegacia.  O advogado apresentou o cliente e acompanhaou o depoimento. O delegado já tinha um mandado de prisão contra o cliente, no entanto ao invés do delegado ter efetuado logo a prisão dele, ele não prendeu, quando o rapaz saiu com o advogado o delegado começou a perseguir o advogado e o cliente e depois acabou prendendo o advogado", disse o advogado Marcos Vinicius.

O presidente da comissão afirmou que espera que seja aplicada a punição adequada com os rigores da lei. “Nós vamos acompanhar todo o procedimento perante a corregedoria e exigir que seja feita a punição com os rigores da lei. A gente está denunciando o abuso de autoridade por parte do delegado".

Afastamento

Segundo publicações em redes sociais, o delegado Aldely já não estaria mais a frente da delegacia de Bom Jesus e já teria sido afastado do local como forma de punição.

O Viagora conversou com o delegado Aldely, que falou sobre o caso da prisão do advogado e afirmou que não foi afastado, e sim transferido para uma outra delegacia e que a transferência já estava programada.

  • Foto: DivulgaçãoPedido de transferência feita pelo delegado AldelyPedido de transferência feita pelo delegado Aldely

“Tinha um advogado na cidade, chamado Marcos Faria ele sempre atrapalhou o nosso trabalho da polícia e também do poder judiciário, chegou um dia que ele extrapolou, ele foi apresentar uma pessoa que estávamos procurando a bastante tempo, inclusive com mandado  de prisão preventiva em aberto, então nossa intenção foi ouvir a pessoa e logo depois que ele se afastasse do advogado nós iriamos prender o suspeito, porque não existe nada mais ofensivo do que se prender  o cliente na frente do advogado. Aí nós deixamos eles saírem e ficamos esperando por ele para fazer o monitoramento depois que é deixasse o cliente em algum lugar próximo, como em uma parada de ônibus, nós iriamos realizar a prisão e assim seria o plano", disse Aldely.

  • Foto: Portal B1Delegado Aldely Fontineli.Delegado Aldely Fontineli.

O delegado disse que começou a perseguição ao perceber que o advogado estaria dirigindo em alta velocidade. “ O que aconteceu foi que ele percebeu que estávamos  monitorando e simplesmente ele saiu em alta velocidade pelas ruas de Bom Jesus, não respeitou as sinalizações, e ele deu fuga para o suspeito, isso em plena 13h. Deixamos de fazer a perseguição e depois já em Bom Jesus, nós soubemos que ele tinha deixado o outro na casa de um comparsa e eu não vi outra opção a não ser convidar ele pra delegacia e lá dei ordem de prisão, por três artigos, o 109 e 111 do código de trânsito e o 348 do código penal no caso da direção perigosa , e a questão do favorecimento real ou seja dar fuga a quem está sendo procurado pelas autoridades públicas. Encaixei tudo, fiz um flagrante, arbitrei a fiança, e lá tinha comoção grande com pelos menos 20 advogados, bem chateados. Teve aquele alvoroço", afirmou.

Segundo o delegado, todos os procedimentos foram feitos dentro da lei. “O grande transtorno foi exatamente porque estávamos trabalhando nesse caso desde cedo, e tivemos que sair para o almoço já de tarde. Eu não tinha sala de estado maior que é o que determina a lei, e coloquei ele no corredor da carceragem por um uma hora, depois fiz o procedimento e ele aguardou em outra sala. Acharam que que eu desobedeci uma infinidade de regras da OAB, mas isso não existiu. Eles queriam que eu tivesse feito a prisão com a presença de um representante da OAB, realmente a lei determina isso, mas em caso de crimes inafiançáveis que não era o caso dele. Eu arbitrei a fiança, ele pagou e foi liberado”.

Sobre a transferência para outra cidade, o delegado esclareceu: “Eu não fui afastado, eu estava em Bom Jesus e já há pelo menos 30 a 60 dias eu estava sendo sondado par ir para Castelo do Piauí, foi uma coincidência a minha saída de lá e essa situação, mas eu não fui afastado”, afirmou.

O Viagora procurou o advogado Marco Faria para falar sobre o caso, mas até o fechamento da matéria ele não foi localizado.

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