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Artesãos do Polo Cerâmico do Poti enfrentam dificuldades com pandemia

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Artesãos, com os decretos que proíbem a abertura do comércio considerado não essencial, as vendas caíram consideravelmente.

A crise provocada pela Covid-19 tem afetado vários setores da economia, em especial o comércio considerado não essencial. O Polo Cerâmico, no bairro Poty Velho, na zona Norte de Teresina, por exemplo, é conhecido por ser um dos pontos turísticos da capital e referência na produção de objetos de decoração feitos de argila, mas devido aos decretos de isolamento, muitos artesões estão passando por dificuldades devido à queda nas vendas.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Artesãos, Jimmy Presley, com os decretos do governo do estado e da prefeitura de Teresina que proíbe a abertura do comércio, as vendas caíram consideravelmente, e relata que as vendas pela internet tem ajudado, mas ainda não são suficientes.

“O movimento aqui já era franco, e depois desse decreto as venda caíram quase que 100%. Chega vender alguma coisa porque a gente vende pela internet. As nossas peças, como são vasos pesados, nós não podemos deixar na residência por delivery. Outra questão, a gente não pode abrir as lojas, mas os clientes vêm pegar e a gente entrega as encomendas, mas a questão das vendas caíram bastante”, relata Jimmy Presley.

O artesão Antônio Carlos também fala sobre as vendas realizadas pela internet, mas destaca que muitos colegas estão passando por dificuldades devido à queda no movimento, já que está é a única fonte de renda de muitas famílias na região.

“Eu trabalho com as redes sociais, então a gente coloca as coisas no instagram, as pessoas entram em contato e assim a gente vai sobrevivendo. Mas maioria aqui tá passando dificuldade”, disse o artesão.

Ainda segundo o presidente da Associação de Artesãos, até o momento a prefeitura de Teresina não prestou nenhum tipo de ajuda aos artistas e as famílias que sobrevivem apenas das vendas no Polo Cerâmico, e afirma que os artesãos mantêm as portas das lojas parcialmente abertas para que haja ventilação no atelier onde as peças são produzidas.

“A prefeitura nunca nos procurou pra nos auxiliar em algum benefício. A gente que trabalha informal, a gente vivi só desse artesanato, não tem outra renda. Como as vendas caíram bastante, nem a prefeitura, nem o governo, nem outro órgão procurou a gente com auxílio. A gente fica com as portas quase abertas, questão de 15 centímetros da porta fechada porque a gente tá produzindo. Nosso atelier é atrás, não tem ventilação, e a única ventilação é a porta da frente, que atrás não da porque é o forno”, explica o artesão.

  • Foto: Luis Marcos/ ViagoraArtesanatoArtesanato

Turismo em Teresina

Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Semdec), o coronavírus provocou um grande impacto no turismo da capital.

De acordo com os dados da Semdec, entre os meses de janeiro e abril de 2019, a receita turística acumulada foi equivalente a R$ 159,6 milhões, valor que caiu para R$ 93,5 milhões no mesmo período em 2020. Já em janeiro deste ano, a receita turística foi de R$ 45,5 milhões, caindo para R$ 1,8 milhão em abril, uma queda de 96%.

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