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TSE diz que indícios de irregularidades nas eleições 2020 somam R$ 588 milhões

Levantamento realizado pelo Núcleo de Inteligência da Justiça Eleitoral identificou um grande aumento desde a última atualização.

Um levantamento realizado pelo Núcleo de Inteligência da Justiça Eleitoral, finalizado no dia 23 de novembro, apontou indícios de irregularidades nas prestações de contas de candidatos nas Eleições 2020 que ultrapassam R$ 588 milhões.

Com relação ao levantamento anterior, realizado no dia 16 de novembro, o aumento é considerado robusto. As irregularidades encontradas no levantamento anterior foram de mais de R$ 60 milhões.

Um dos responsáveis pelo aumento significativo está no uso e análise da base de dados do governo federal. Esses dados são utilizados mediante acordo de cooperação técnica, que levou ao acréscimo no número de ocorrência e nos valores envolvidos.

Saltaram de 1.289 para 31.725 os casos de fornecedores de campanha com beneficiários do Bolsa Família e do auxílio emergencial em seu quadro de funcionários. Já no que diz respeito aos valores, houve um aumento de R$ 940.121,29 para mais de R$ 386 milhões, figurando a ocorrência com o maior valor de possíveis indícios de irregularidades.

Em segundo lugar no ranking do levantamento, foram encontrados 7.985 fornecedores com empresas recentemente criadas cujo quadro societário é composto por pessoas filiadas à partido político. Nesses casos, o aumento no valor em reais foi de 2.081,81%, passando de R$ 3,3 milhões da última rodada para R$ 68,7 milhões em gastos contratados com essas empresas, o que pode indicar falta de capacidade operacional na entrega dos produtos ou serviços contratados para a campanha.

O número de doadores com indícios de falta de capacidade financeira, por estarem inscritos em programas sociais do governo, subiu de 1.337 para 65.303 (+4.884,29%), envolvendo doações financeiras superiores a 54 milhões de reais, conforme declarado por candidatos e partidos à Justiça Eleitoral nas respectivas prestações de contas, ficando na terceira classificação do levantamento.

O trabalho de identificação de indícios de irregularidades envolve, além do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), outros seis órgãos federais: Receita Federal do Brasil (RFB), Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Ministério Público Eleitoral (MPE), Departamento de Polícia Federal (DPF), Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério da Cidadania (MC).

Outros indícios

Os valores das doações realizadas por pessoas sem emprego formal registrados somam mais de R$ 44 milhões e envolvem 12.437 doadores. Em seguida, aparecem 2.751 doadores com renda incompatível com o valor doado. As doações realizadas por essas pessoas ultrapassam R$ 23 milhões.

Nesta quinta rodada, a irregularidade sobre fornecedores sem registro ativo na Junta Comercial ou na Receita Federal apontou que 1.949 empresas receberam R$ 3,3 milhões por serviços prestados durante a campanha deste ano.

Finalizando o relatório, foram encontrados 5.603 prestadores de serviço que têm parentesco com candidatos e que receberam um total de R$ 7,3 milhões, e 24 doadores no Sistema de Controle de Óbitos (Sisobi) que aparecem como doadores de uma quantia total de R$ 36.194,50.

Os resultados da quinta rodada de indícios de irregularidades já foram encaminhados aos tribunais e cartórios eleitorais como informação de inteligência e direcionamento da fiscalização das contas. Além disso, foram também compartilhados com os parceiros institucionais do TSE no Núcleo de Inteligência para atuação em sua área de competência.

Com informações do TSE.

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