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Firmino Filho e Ciro Nogueira foram protagonistas de escândalos em 2017

Desvios de dinheiro público destinado à Educação; escândalos nacionais de desvios de verbas e o atraso de salário dos servidores, foram alguns fatos que marcaram a política do Piauí em 2017.

Em 2017 vários assuntos movimentaram o cenário político do Piauí. Um dos nomes que mais apareceu foi do prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), acusado de desviar milhões de recursos da Educação. Além do tucano, o nome do senador progressista, Ciro Nogueira, também foi citado diversas vezes em escândalos nacionais de corrupção. 

Firmino Filho esteve envolvido em casos que foram parar no Tribunal de Contas, como investigações a respeito de desvios no Fundef, que ocasionaram até o bloqueio das contas da prefeitura, para evitar gastos irregulares. Como também o caso do concurso da Guarda Municipal, que os aprovados até hoje não foram convocados, mesmo com acordo feito no TCE. Além disso, ainda existiu um pedido de prisão para o gestor. 

O senador Ciro Nogueira apareceu em casos que apontavam ligação entre o parlamentar e o esquema de desvio de dinheiro do grupo empresários JBS, dos irmãos Batistas. Supostas conversas entre o parlamentar e o empresário Joesley Batistas foram divulgadas.

Outros nomes como de Silas Freire, Átila Lira e Heráclito Fortes estiveram sempre nas discussões. Além dos deputados estaduais, que resolveram montar uma oposição ao governador dentro da Alepi, o que gerou dificuldade na aprovação de determinados projetos de Wellington Dias, como no caso de empréstimos com a Caixa Federal.

Entre os prefeitos do interior, quem chamou atenção foi Vilma Amorin, do PT, o furacão que atingiu Esperantina. A gestora esteve envolvida em denúncias sobre atrasos de salários de funcionários e terceirizados do município. 

FIRMINO FILHO

Fundef

Após denúncia do Ministério Público de Contas, o conselheiro do TCE, Alisson Felipe de Araújo, concedeu medida cautelar determinando o bloqueio dos recursos do FUNDEF provenientes de cessão de crédito entre o Município de Teresina e o Banco do Brasil. A decisão foi para evitar que os recursos sejam usados ilegalmente pelo prefeito Firmino Filho (PSDB).

Porém, a decisão foi revogada por maioria de votos pela corte do TCE, meses depois, concedendo o desbloqueio da conta do Fundo. O processo mudou de relator, que passou a ser o conselheiro Kléber Dantas Eulálio. Entre as acusações está o uso do dinheiro destinado à Educação, em pagamentos de publicidade, em plena campanha eleitoral de 2016. 

No meio disso tudo, o Sindserm ainda entrou com um pedido de prisão contra o prefeito Firmino Filho à Polícia Federal por suposto crime contra as finanças públicas.

  • Foto: Isabela de Meneses/ViagoraPrefeito Firmino Filho (PSDB)Prefeito Firmino Filho (PSDB)

Guarda Municipal

Os 1888 aprovados no concurso público para Guarda Municipal de Teresina cobraram sua nomeação alegando que a prefeitura faz contratação de vigilantes terceirizados para exercer o trabalho que seria deles. O Ministério Público de Contas opinou pela procedência da denúncia e pela nomeação dos concursados.

O pleno do TCE mediou um acordo e decidiu acompanhar pelos próximos 6 meses a nomeação dos aprovados, seguindo o calendário apresentado pela Prefeitura de Teresina. Até o momento, o prefeito Firmino Filho não nomeou todos os aprovados.

Rompimento com PMDB

O apoio do PMDB de Themítocles Filho à releição de Jeová ALencar na presidência da Câmara Municipal de Teresina, fez com que o prefeito rompesse a aliança com os peemdebistas. A eleição da mesa diretora da Câmara foi antecipada e ocorreu na ausência do prefeito, que estava em Barcelona. 

Sem conseguir interferir na eleição, o prefeito esperava que os partidos aliados impedissem o pleito, mas o PMDB não teve a ação esperada, diante disso, Firmino Filho resolveu expulsar os dois secretários indicados pelo partido: James Guerra (Fundação Wall Ferraz) e Ricardo Monteiro (Superintendência de Desenvolvimento Rural)

CIRO NOGUEIRA

JBS e Comercial Carvalho

Em delação, Ricardo Saud revelou que a JBS repassou R$ 42 milhões ao Partido Progressista, 95% desse dinheiro foi para a conta nacional do PP, a pedido do senador Ciro Nogueira, presidente do partido. O próprio senador teria ficado responsável por distribuir o valor entre os candidatos da sigla, de acordo com o executivo.

  • Foto: Isabela de Meneses/ViagoraSenador Ciro NogueiraSenador Ciro Nogueira

Depois foi revelado, em uma anotação manuscrita, o nome de Ciro Nogueira, ao lado o valor de R$ 579.008,48 (quinhentos e setenta e nove mil, oito reais e quarenta e oito centavos) e logo abaixo o nome Comercial Carvalho, de propriedade do empresário Reginaldo Carvalho. Fato que foi revelado com exclusividade pelo Portal Viagora.

"Organização Criminosa" no PP 

Em setembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, decidiu abrir inquérito contra o senador Ciro Nogueira e outros membros do PP, para investigar possível crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ciro teria recebido R$ 1,6 milhão junto com outros três congressistas. A denúncia foi feita pelo ex-Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. 

Trecho da denúncia diz que Ciro e os demais progressistas "integram pessoalmente o núcleo político de uma organização criminosa estruturada para arrecadar em proveito próprio e alheio vantagens indevidas no âmbito da Administração Pública Federal direta e indireta". 

VILMA AMORIM

Furacão

A prefeitura de Esperantina já chegou a pagar 14° Salário aos seus professores, Vilma foi primeira prefeita, em toda história, a atrasar o pagamento dos funcionários do magistério. Assim, ficou conhecida como “Furacão Vilma”. O atraso salarial ocorreu no mês de setembro deste ano. Mas, a prefeita também esteve envolvida em outras polêmicas.

  • Foto: Prefeitura de EsperantinaVilma AmorimVilma Amorim

Um dos casos foi da representação feita pelo Procurador-Geral do MPC, Plínio Valente, que trata sobre demonstrativo do Diário Oficial do Município, que aponta gasto de mais de R$ 42 milhões em despesa líquida com pessoal em Esperantina de junho de 2016 a julho de 2017, o que corresponde a 64,89% da Receita Corrente Líquida do município nesse período, ultrapassando o limite de 54% como manda a LRF

WELLINGTON DIAS

Empréstimos

O governador Wellington Dias enviou para Alepi, o Projeto de Lei que altera a Lei nº 6977, de 18 de abril de 2017, que autorizou a contratação de crédito com a Caixa Econômica Federal. O objetivo era possibilitar que tal empréstimo com o mesmo valor e linha de financiamento possa ser realizado com outros agentes, sejam bancos ou instituições não financeiras.

  • Foto: AlepiGovernador do Piauí, Wellington Dias.Governador do Piauí, Wellington Dias.

Deputados, como Robert Rios, Rubem Martins e Gustavo Neiva foram resistentes a aprovação do projeto. Manifestantes foram a Alepi contra o projeto, tanto para não ser aprovado, como também para que o projeto de aumento de impostos não fosse aprovado na Casa. Mas, no final das contas, ambos os projetos foram aceitos pela maioria da Alepi e o governador conseguiu o que queria.

PMDB e PP 

A briga pela cadeira de vice-governador  na chapa de Wellington Dias em 2018 começou cedo. O antigo PP, agora Progressistas, quer manter o cargo, já o PMDB quer indicar Themístocles Filho e até o presidente estadual do PSD, deputado Júlio César Lima, disse que queria a vaga. O governador Wellington Dias já declarou que a reivindicação dos partidos é plausível, mas a verdade é que essa decisão ficará para ser resolvida mesmo em 2018. 

Esperaremos! 

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