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“As demissões já começaram e vão acontecer mais”, diz Sindilojas

O presidente do sindicato, Tertulino Passos, disse que devido às grandes perdas financeiras, alguns empresários já estão fechando seus negócios.

No início da semana, o prefeito Firmino Filho (PSDB) anunciou que a cidade de Teresina ainda não atingiu os critérios estabelecidos para o início da flexibilização do isolamento social e reabertura gradual das atividades econômicas. As atividades comerciais e industriais estão suspensas na capital desde o mês de março, devido à pandemia do novo coronavírus.

Segundo nota do Centro de Operações em Emergências (COE) em Saúde Pública da Fundação Municipal de Saúde (FMS), nos últimos 14 dias, a taxa de reprodução do coronavírus, o R0, mantém-se persistentemente acima de 1, o que indica que a epidemia ainda se encontra na fase de ascensão e expansão. O COE informou ainda que o número diário de casos notificados de Covid-19 manteve-se crescente, ainda sem previsão de estabilização.

Em entrevista ao Viagora, o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Piauí (Sindilojas-PI), Tertulino Passos, afirmou que manter o comércio fechado já prejudica empresários e trabalhadores do setor, que agora perderão mais uma data de grande importância comercial, o Dia dos Namorados.

“Estamos provocando a comissão da Prefeitura de Teresina todo dia, mas até agora não sinalizaram nada sobre reabertura. Na realidade, nós já perdemos duas datas importantes, que foi o Dia das Mães e agora o Dia dos Namorados. O que estamos tentando fazer é o mesmo que fizemos no Dia das Mães, que é venda online pelas redes sociais. Isso a gente está fazendo para tentar ao menos receber alguma coisa para manter as lojas abertas”, comentou.

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1Presidente do Sindilojas-PI, Tertulino PassosPresidente do Sindilojas-PI, Tertulino Passos.

Questionado se a crise financeira acarretou demissões de funcionários, o presidente da entidade relatou que o número de demissões ocorridas no período da quarentena é grande e que vai aumentar bastante no mês de junho.

“As demissões já estão começando, e vão acontecer muitas mais ao longo desse mês até o início do mês de julho, porque não tem perspectiva de abertura. As pessoas seguraram as demissões até agora na esperança de que o comércio fosse reabrir. As demissões da atividade comercial, em média, já são de 15% a 20% do total de funcionários”, disse.

Tertulino comentou que devido às grandes perdas financeiras, alguns empresários já estão fechando seus negócios por não terem condições de manter o empreendimento e o salário dos funcionários.

“A última vez que fizemos a conta, a perda de receita estava na casa dos 90%. Devido às vendas online que estão acontecendo agora, estamos vendo se conseguimos recuperar pelo menos 2% do que a gente perdeu. Já constatamos fechamento de empreendimentos, até pelo número de pessoas que nos procuraram para saber como ocorre o processo de demissão de funcionários nesse caso. Já temos um percentual de 30% de lojas que não vão abrir mais as portas. Dos 70% restantes, ao menos 10% não vão conseguir ficar muito tempo abertas, mesmo que abra o comércio ainda nesse mês de junho”, declarou.

No entendimento do representante do Sindilojas, a retomada das atividades é necessária para que as pessoas que dependem do comércio tenham meios de se manter nos próximos meses.

“O isolamento social foi necessário, mas agora tem que acontecer a retomada das atividades. As pessoas estão começando a ficar desesperadas. Quem é empregado, tem empresa que suspendeu os contratos por dois meses e eles puderam receber salário por esses dois meses. A partir de agora, não vai ter mais nada. O desespero bate agora. Como é que a pessoa vai se manter daqui para frente se não tem mais nada? Esse desespero maior é dos informais, que não tiveram garantia de nada. Então a situação está começando a se agravar de uma forma que vai ficar bastante complicada”, finalizou.

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